Estruturando: Darklords – Os Senhores Obscuros

21/11/2016 Rodrigo Torres

estruturando darklords

O ano de 2016 para novidades de Yu-Gi-Oh vai chegando ao fim. O lançamento do pack Destiny Soldiers marca o ultimo lançamento do ano em cartas novas. Em um ano que tivemos PePe, Kozmos, PKFire, Monarcas, ABCs, dentre outros, será que essa ultima coleção irá nos trazer alguma surpresa no ultimo suspiro de 2016? Algo que pode ser relevante desde seu lançamento até o Nacional de 2017? O booster nos traz 1 novo arquétipo e 2 suportes para velhos conhecidos. O novo arquétipo é o Abyss Actor, que aparece no atual anime. O outro arquétipo que recebe suporte mas não adentraremos aqui é o Destiny Hero, com muitos reprints interessantes e o lançamento do Destiny Hero – Celestial, carta que deve dar bastante as caras no competitivo no deck de Destiny Synchron. E por ultimo, o arquétipo que abordaremos neste artigo, os Darklords.

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Primeiros Darklords

Os primeiros Darklords tinham um nome diferente, Fallen Ones, nome original japonês e que foi mudado para cartas mais novas(meados de 2008) para Darklords, oque houve um certo conflito entre os nomes, mas já corrigido nos reprints e cartas novas da coleção Destiny Soldiers. Desconsiderando os primeiros(Marie the Fallen One, Nurse Reficule), o primeiro Darklord a ver o jogo competitivo foi o Darklord Zerato, usado desde seu lançamento na coleção Phantom Darkness, nos decks de DAD-Return, Dark(puro) e Tele-DAD. Os demais Darklords que viriam a ser lançados foram prêmios de YCSs, dando a eles preços altíssimos e pouco aparecendo em decks de uma forma geral. Anos depois, mesmo com os reprints surgindo em Legendary Collections, o arquétipo morreu, e estava despercebido, até as novas cartas surgirem.

Apresentando os novos Darklords

A coleção Destiny Soldier nos trouxe 5 novos monstros Darklords e 4 magias e armadilhas, e também renomeou as cartas Fallen One para Darklord em seus reprints. Mas vamos focar apenas nos monstros Darklords novos, onde o deck vai funcionar, os novos Darklords e a interação dos velhos.

Os 5 novos monstros são os Darklords: Morningstar, Ixchel, Nasten, Tezcatlipoca e Amdusc. Morningstar apesar de ter uma das artes mais lindas do jogo, é raramente usado no deck, pelo fato de ele não poder ser special summon, e pelo seu segundo efeito não ser igual dos demais, copiar o efeito de uma magia ou armadilha Darklord no cemitério, apesar de sua combinação de efeitos poder ser muito util para o deck. Mas voltando aos principais, todos eles tem algumas semelhanças, todos tem um efeito discartando da mão, todos tem o efeito de uma vez por turno pagar 1000 pontos de vida e copiar o efeito de uma magia ou armadilha no cemitério e depois volta-la ao deck, e todos tem a condição de apenas 1 poder ser invocado por turno. Os seus efeitos da mão são:

Ixchel: Descarte este card e um outro Darklord card, compre duas cartas.
Tezcatlipoca: Descarte este card para prevenir que um monstro(s) Darklord seja destruído por batalha ou efeito
Nasten: Descarte 2 cards Darklords para dar special summon desse Nasten da sua mão.
Amdusc: Descarte esta carta e mais uma outra carta Darklord para adicionar uma carta Darklord do cemitério para a mão.

Todos os monstros tem seu valor no deck, claro que cada carta tem uma quantidade diferente de ser usada dependendo a build, com exceção a Darklord Ixchel, que é unanimidade 3 cópias por deck, já que é uma carta que acelera o deck comprando cartas (draws) e ainda é buscável.
Os demais Darklords mencionarei as quantidades de acordo com as variantes de builds, logo abaixo, que testei.

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As Magias e Armadilhas

As magias e armadilhas definitivamente são o ponto alto do deck, já que alem dos seus efeitos normais como magias e armadilhas, elas dão efeitos aos Darklords quando eles copiam seus efeitos do cemitério. Ao total são 4: Banishment of the Darklord, Darklord Contact, Darklord Rebellion e Darklord Enchantment.

As duas magias fazem o deck funcionar, funcionando como um motor, a Banishment of the Darklord adiciona qualquer carta Darklord do deck para mão, podendo ser os monstros, a outra magia, ou as armadilhas, tornando ela a carta que você sempre quer ver na sua mãos iniciais, já que a partir dela você pode pegar a peça que falta para o combo e dar o ponto de partida. Darklord Contact é uma das suas poucas formas de colocar monstros em campo, já que o deck não conta com reais normal summons de Darklords. As armadilhas são a forma que o deck controla o jogo, Darklord Rebellion destrói uma carta no campo do oponente ao custo de enviar 1 Darklord da mão ou do campo para o cemitério, e a Darklord Enchantment ao mesmo custo, toma o controle de 1 monstro do oponente. Lembre-se que os monstros Darklords copiam apenas os efeitos das cartas, então os custos das armadilhas não são pagos, logo um Darklord copiando o efeito de uma Rebellion apenas destrói a carta.

 

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Jogadas:

Colocando a mão na massa agora, vamos analisar as jogadas mais simples do deck com algumas cartas:

Ixchel + Superbia: A jogada mais comum do deck, usar o Superbia como descarte da Ixchel, e depois usar qualquer carta para renascer a Superbia, e usar seu efeito para renascer a Ixchel.

Nasten + Magias e/ou Armadilhas e/ou Superbia: O Nasten geralmente tem a finalizada de iniciar jogadas quando a mão pode estar um pouco travada. Descartando uma Banishment of the Darklord(caso já tenha usado esse turno)  e um Superbia, o jogador pode usar o efeito do Nasten para copiar a Banishment e buscar uma Contact, para poder renascer o Superbia e com o Superbia renascer outro Darklord. O novo Darklord pode renascer mais um monstro, totalizando 4 monstros em campo e se o ultimo Darklord for outro Superbia ou um Zerato, poderá fazer um rank 8.

Darklord + Banishment of the Darklords vs Destruições em massa: É sempre bom guardar um efeito de um Darklord com uma Banishment no cemitério, pois caso o oponente ative uma carta como Raigeki ou Dark Hole, você poderá responder com o Darklord voltando a Banishment e adicionando o Tezcatlipoca, dando tempo para usar seu efeito para proteger seus Darklords das cartas de destruição em massa.

Construindo o Deck

Muitas peças do deck são totalmente necessárias para o funcionamento dele, e algumas cartas são unânimes no deck.

Os monstros mais necessários são 3 Darklords Superbias e 3 Darklord Ixchel, os demais monstros vão estar nas quantidade coerente a sua build. Tezcatlipoca é uma otima proteção contra cartas de destruição em massa, oque pode vir a ser uma fraqueza para o deck, mas ele protegerá de Raigekis, Dark Holes, Torrential Tributes e etc. Também é muito forte para atacar com 2800 de ATK, podendo ser usado de 1 a 3 cópias. Zerato é o outro dos Darklords antigos que usamos, devido a ser Lv8, alvo de Trade-In, Allure e Ixchel, ele faz a engine funcionar e permite jogadas de rank 8 com o Superbia, seu efeito de destruir todos os monstros do oponente também pode ajudar bastante quando necessário. Maioria das builds usa 1 ou 2 cópias, mas algumas chegam a usar 3. Nasten talvez seja o mais polêmico para quem está olhando pela primeira vez o deck, apesar de aparentar ser um -2, ele pode fazer as cartas funcionarem a baixo custo, já que as cartas que ele descarta podem trazer combos. Dependendo a build, mas no minimo 1 deve ser usado, algumas builds ele é necessário usar 3. Nosso ultimo Darklord, Amdusc, é o mais dependente de build, algumas builds usando cartas como Soul Exchange e Monarchs Stormforth com apoio do Vanity’s Fiend. Amdusc é o único monstro de apenas 1 de tributo, fazendo com que seja um possível normal summon para já abusar dos efeitos das magias e armadilhas no cemitério. Bem dependente da build, pode-se usar de 0 a 3 cópias no deck.

O poder de compra está tanto nas 3 cópias de Ixchel, quanto nos 3 Allure of Darkness, 2-3 Trade-In(Superbia e Zerato são lv8), e 2-3 Pot of Desires. Com tanto poder de compra aliado a Banishment of the Darklords, o deck se torna possível praticamente abrir com a mão que quiser, dando possíveis soft locks(Kristya e Vanity’s Fiend) ou acelerando os Virus(Deck Devastation e Eradicator Epidemic). Mas mesmo com tanto poder de compra e aceleração do deck, a build pode necessitar de cartas como Maxx “c” e uma outra tech(discutiremos a baixo). As demais magias, podem ser uma Soul Charge caso o jogador esteja com dificuldade para renascer seus monstros, mas cuidado ao usar já que os Darklords gastam muita vida, Twin Twisters, caso o meta local tenha muitos decks baseado em armadilhas, e um Raigeki como out geral de monstros floodgates, Vanity’s, Emptiness, Kristyas, Dark Law e etc.

Nas armadilhas, há quem use apenas as Rebellions e há quem use apenas as Enchantment, mas a maioria comuns das builds deve girar em torno de 2 Rebellion para 1 Enchantment, já que com os Darklord voltando elas para o deck, o estoque é praticamente infinito, apenas limitado a quantidade de vida a se pagar. Alguns jogadores optam por armadilhas staples simples como Dimensional Barriers, Vanity’s Emptiness e Solemns.

Agora, vamos onde os jogadores podem se adaptar.

As variações

Kuribandit: A primeira variação é baseada em usar Kuribandits com duas finalidades, acelerar o deck buscando uma magia ou armadilha necessária, e o principal, jogar as magias e armadilhas de Darklord para o cemitério. Já que essa build não conta com normal summons, esse normal do Kuribandit é sempre vantajoso, apesar de as vezes deixar o jogador vunerável. Essa build geralmente é acompanhada de Call of the Haunteds, para renascer Superbias que foram para o cemitério pelo Kuribandit ou outro Darklord.

Speedroids: Talvez a variante mais maluca mas não menos efetiva. Usando 3 Speedroid Terrortop, 1 Speedroid Taketomborg e 1 Speedroid Tri-Eyed Dice ou 1 Speedroid Red-Eyed Dice, a variante permite jogadas com rank 3 e synchros lv6 e 9, ou variados caso use o Red-Eyed Dice. Essa variante tem as jogadas mais diferentes, até de fazer Dantes para tentar millar as cartas para combar, como até usar um Coral Dragon(Terrortop + Tri-Eyed/Red-Eyed Dice), renascer um Darklord Amdusc, fazer um Tzolkin comprando uma e ativando seu efeito setando qualquer carta. Caso não tenha cartas para setar, o jogador ainda pode optar por fazer uma Beatrice, Lady of the Eternal, jogando uma carta que falta para o campo atual, podendo ser um Darklord ou uma magia ou armadilha.

Kristya e Vanitys: A variante dos Soft Locks, a ideia aqui é simples, abrir com Kristya ou Vanity’s o quanto antes possível. Kristya pode ser renascida pelo Darklord Superbia, enquanto o Vanity’s Fiend pode entrar com apenas um Monarchs Stormforth. Na build de Kristya usasse 3 Trade-In e 2-3 Kristyas, enquanto na do Vanity’s Fiend usasse a Monarchs Stormforth e 2-3 Vanity’s Fiend.

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Prós:

O deck tem alguns combos muito fortes, e com tantas cartas de draw, a chance de você abrir com a mão desejada é gigantesca. A possibilidade de usar os Virus torna os primeiros turnos desse deck assustadores, somado o fator de se abrir com a Kristya. O fato de suas armadilhas não darem alvo são letais, geralmente cartas que não dão alvo acabam parando na Banlist, mas mesmo com poucas cópias, o deck se reciclar, então o jogador com apenas uma consegue causar grandes estragos. Banishment of the Darklords talvez seja um dos melhores buscadores do jogo, já que busca qualquer carta do archtype, dando muita opção ao jogador. O deck não tem fraqueza alguma contra umas das atuais staples mais populares, Dimensional Barrier e Twin Twister. Apesar do deck poder tomar sides como Shadow-Imprisoning Mirror, no próprio Main a outs buscáveis para tais cartas.

Cons:

Apesar da grande quantidade de draws, o jogador pode abrir com mão travadas devido a grande quantidade de monstros de level alto. Mesmo que com uma draw o jogo pode mudar a seu favor, no meta atual talvez o jogador possa não ter essa draw. Se o jogador errar as jogadas, ele poderá ser punido a ponto de não voltar para o jogo, como caso tome uma Raigeki que não esteja prevenido. Cartas que removem todas as cartas como Macro Cosmos e Dark Law são letais para o deck, já que os Darklords apenas se tornarão monstros fortes e sem efeitos, já que não há as magias e armadilhas no deck para copia-las.

O Futuro:

Ainda não há anuncio de cartas novas de Darklords alguma, porém na proxima coleção, Raging Tempest, irá lançar o Shadow Spread Virus, um novo virus que é perfeito para o deck já que precisa tributar monstros dark de 2000 ou mais de defesa, quais praticamente o deck inteiro tem, e um dos Virus mais fortes já visto no jogo, quase se igualando ao Crush Card Virus com seu primeiro efeito. Provável que será bastante visto nos torneios por ser um deck diferente dos demais, principalmente pelo fato de não depender do extra deck para quaisquer jogadas.

Provavelmente veremos bastante decks de Darklords até o final do ano, já que como a própria Konami disse seus efeitos se assemelham a decks metas concretos, como Dragon Rulers e Nekroz, e como o deck é baseado em Draws apenas faz com que atraia jogadores mais velhos que gostavam desse jeito de jogar. O apelo visual das cartas também é um grande fator, apesar de todas as cartas terem saidos Secret Rare, nenhuma carta foi censurada, nem roupas nem auréolas. Então mesmo que você não tenha em mente montar o deck, se prepare para enfrentar grandes levas de Senhores Obscuros.

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