A União Faz a Força: Subterrors

06/02/2017 Hugo Fukuda

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      Como prometido, estou de volta com mais um artigo aqui no blog. Dando continuidade aos artigos abordando a coleção Raging Tempest iniciadas pelo Rodrigo falando sobre os Spyrals, eu venho neste artigo falar sobre o outro tema exclusivo do TCG: os Subterrors! Então, sem mais delongas, vamos para o que interessa!

Subterrors: o tema

     Assim como os Spyrals, os Subterrors também são baseados em temas, apesar de menos populares do que os archetypes passados.
SubterrorBehemothStalagmo-TDIL-EN-UR-1E      Primeiramente nós temos os Subterror Behemoths (Behemoth Subterror), que são monstros colossais baseados em eventos subterrâneos ou formações rochosas, e justamente pelo seu tamanho são todos monstros de nível alto; por exemplo, o Subterror Behemoth Stalagmo é baseado nas estalagmites, que são formações rochosas e se originam pelo acúmulo de minerais que pingam do teto da caverna, enquanto que o Subterror Behemoth Stygokraken tem origem dos termos Estigofauna, que se refere aos animais que vivem exclusivamente em cavernas, e Kraken, o famoso animal mitológico em forma de lula gigante. Todos os membros desse archetype possuem um efeito flip (virar), um efeito que permite que eles sejam invocados de forma especial da mão caso um monstro seja virado para baixo em seu campo de forma que todos os monstros que você controle estejam virados para baixo e um efeito que permite que eles virem para baixo uma vez durante seu turno; isso faz alusão ao fato deles fazerem ataques surpresas rápidos e muitas vezes em grupo, e desaparecerem logo após.

SubterrorNemesisArcher-INOV-EN-ScR-1E      Em seguida nos temos os Subterror Nemesis (Nêmesis Subterror), que são humanos caçadores baseados em nas diversas jobs populares nos jogos de RPG, como o Subterror Nemesis Warrior,Subterror Nemesis Archer e o mais novo membro do time, o Subterror Nemesis Defender. Os Nemesis sempre trabalham em equipe para poder derrotar os Behemoths, que são extremamente maiores e mais poderosos que eles (note a silhueta do Warrior no canto direito inferior na arte do Stalagmo), e por isso que seus efeitos servem para dar suporte aos demais monstros do archetype, como o Warrior entrando em campo quando um Subterror Behemoth ameaça aparecer, a Archer convocando outros aliados para ajudar na batalha quando ela é derrotada, e o Defender  como uma proteção aos Subterrors que costumam estar sempre virados para baixo em campo. Todos eles protegem a cidade em que vivem dos diversos e seguidos ataques dos Subterror Behemoths, e diversas dessas batalhas são retratadas nas cartas de magia e de armadilha do archetype.

TheHiddenCity-TDIL-EN-ScR-1E      A cidade que eles protegem nada mais é do que a magia de campo The Hidden City, que é baseada no reino místico de Shambhala da cultura budista tibetana e hindu; esse reino é regido por um buda que será responsável de livrar a Terra de todo o mal caso a humanidade sucumba perante a ganância e a guerra. Talvez seja por isso que os Nemesis defende-na com tanto afinco, ao mesmo tempo em que os Behemoths querem a destruir de todas as formas.
Um tema que pode ser aprofundado ainda mais na coleção Maximum Crisis, aonde a descrição oficial da coleção nos revela que os Subterror Nemesis receberão uma ajuda inesperada (será que essa ajuda inesperada poderia ser os Spyrals?).

Formas de jogar – sozinhos não somos nada

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      Parece até uma brincadeira quando vemos a texto da Maximum Crisis comentando sobre a ajuda inesperada e vemos como funciona um deck de Subterror de maneira mais competitiva. O deck consegue desenvolver jogadas fortes, pois os diversos efeitos dos Subterror Behemoths são fortes, indo desde poder de compra até destruir cartas do oponente, mas sofre com um problema de consistência comum também em outro deck exclusivo TCG, o Kozmo: a grande quantidade de monstros de tributo; isso faz com que você tenha mãos brickadas simplesmente por não poder invocar um único monstro em campo. Além disso, monstros com efeito virar não são conhecidos por serem monstros rápidos no jogo, já que é preciso que eles virem para cima para ativar seus efeitos, tornando o deck não só inconsistente, como também lento. Para resolver esse problema sério de consistência podemos encaixar outras engines com o deck, resolvendo assim esse problema; e como a própria Konami já nos indicou, essa ajuda vem de lugares bem inesperados!

Reforços do Egito Antigo – Hieratics

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      Não, não é necessário que você seja o próprio faraó Atem para resolver os problemas de consistência do deck! Os Hieratics são um archetype que apareceu primeiramente na coleção Galactic Overlord, então jogadores mais novos talvez não conheçam o que o eles fazem. Eles são dragões baseados em hieroglifos antigos e na mitologia egípcia, e seus efeitos se relacionam principalmente em serem tributados e gerando vantagem a partir disso. No caso dos Subterrors o principal suporte desse deck vem na forma do Hieratic Dragon of Tefnuit. Alguns Subterror Behemoth são nível 5 ou 6, o que permite com que Tefnuit sirva como o tributo para esse monstro, ao mesmo tempo que invoca um outro dragão normal do deck, mão ou cemitério, permitindo mais jogadas com esse novo monstro. Mas a principal interação é com Subterror Nemesis Warrior, já que seu efeito tributa um ele e mais um monstro para fazer a invocação especial de um Subterror do seu deck cujo nível seja igual ou menor o nível dos monstros tributados pelo efeito; o Warrior mais o Tefnuit nos dá um monstro nível 10, o que significa que somente o Subterror Behemoth Ultramafus seja o único monstro que não possa ser invocado por este efeito.

SubterrorBehemothDragossuary-RATE-EN-SR-1E
A partir dessa jogada existem dois caminhos possíveis: a primeira é trazer um Subterror Behemoth pelo efeito do Warrior e um dragão normal de nível 4 pelo efeito do Tefnuit, ativar o efeito do Behemoth de virá-lo para baixo e ativar o efeito do Warrior do cemitério, trazendo-o de volta para o campo e gerando uma jogada de um monstro Xyz de rank 4; a segunda opção é trazer o Subterror Behemoth Dragossuary pelo efeito do Warrior e trazer o Labradorite Dragon pelo efeito do Tefnuit, o que te permite fazer um monstro Xyz de rank 6 ou então trazer Ultimaya Tzolkin, dando acesso a basicamente qualquer synchro dragão como o Crystal Wing Synchro Dragon ou Void Ogre Dragon. Apesar de depender do seu oponente controlar um monstro para realizar essas jogadas, é uma grande jogada de abertura para ser feito levando em consideração que o Subterror é um deck mais lento que os demais do Metagame.

Prevendo o futuro – Prediciton Princess

Prediction Princess

      Muitos provavelmente já conhecem esse archetype e as interações com o deck de Subterror, mas nem por isso elas deveriam ficar de fora! Para quem não conhecem, as Prediction Princess são em sua maioria monstros com efeitos virar, exceto pelo seu monstro de ritual, a Prediction Princess Tarotrei; seu efeito permite que você traga de volta o Subterror Behemoth tributado para fazer sua invocação ritual durante a End Phase, ao mesmo tempo que te dá acesso aos efeitos deles durante o turno do seu oponente sem que seus monstros precisem ser atacados. A Tarotrei ainda vai além, já que seu outro efeito permite virar para baixo um monstro no campo, inclusive do seu oponente, tornando possível que ela interrompa uma possível jogada de synchro ou xyz.

SubterrorBehemothVoltelluric-RATE-EN-R-1E      Com os lançamentos dos novos suportes em Raging Tempest, outra característica da Tarotrei se tornou relevante: seu nível. O novo Subterror Behemoth Voltelluric é um monstro nível 9 também, o que permite que ele funcione como um único tributo para a Tarotrei, mas também sirva como material de Xyz para um monstro de rank 9 caso você tenha ambos os monstros no campo. Atualmente contamos somente com Phantom Fortress Enterblathnir, que já é bastante forte por si só já que seu efeito é um Trishula enfraquecido.

      E por se tratar de um monstro ritual, não podemos deixar de falar de uma das cartas mais fortes, apesar de pouco abusável, do jogo que é a Pre-Preparations of Rites, que facilita o acesso a prórpia Tarotrei além de acelerar o deck. A Pre-Preparations é a verdadeira razão de que essa estratégia é de fato uma opção viável para o deck.

O nascer de novos reis – True Kings

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     Desde o lançamento do The Dark Illusions estamos sendo apresentados a um novo True King de um dos quatro elementos básicos, e em Raging Tempest não será diferente. Felizmente, dessa vez o True King apresentado será o True King Lithosagym the Disaster, que representa o atributo Terra, o mesmo dos Subterrors. Seu primeiro efeito permite que você destrua dois monstros na sua mão ou campo, sendo pelo menos um monstro de Terra, e faça a invocação especial dele de sua mão, o que permite com que o efeito da Archer seja ativado ou então enviar o Warrior para o cemitério de onde ele pode ser invocado pelo seu próprio efeito depois; esse efeito te permite até se livrar de alguns dos vários Behemoths que podem ficar travados na sua mão e mandá-los para o cemitério, aonde você pode traze-los de volta com a Soul Charge.

      Apesar dessa jogada ser bem simples, ela permite um leque de jogadas muito grande. Ao destruir a Archer do campo, isso te permite trazer qualquer monstro Subterror do seu deck para o campo, e a atenção especial vai novamente para Voltelluric, pois, assim como a Tarotrei, Lythosagym também é um monstro nível 9, te permitindo acesso a qualquer xyz de rank 9; a Archer também permite trazer o Warrior, que ao usar seu efeito com Lythosagym te dá acesso a qualquer Subterror do deck, com a vantagem de posicionar um Warrior no seu cemitério para jogadas futuras.

TrueKingVFDTheBeast-MACR-JP-UR      Maximum Crisis trará novos suportes para os True Kings, que também serão muito bem-vindos para aqueles que resolverem jogar com os Subterrors e os True Kings. True King V.F.D., The Beast será um novo monstro xyz rank 9 com um efeito que, ao tirar um material xyz, faz com que você escolha um atributo e ele transforma todos os monstros do campo nesse atributo, além de impedir efeitos de monstros do seu oponente com esse atributo de serem ativados e de atacarem até o final do turno; além disso, enquanto ele estiver no campo você pode destruir monstros do seu oponente para ativar os efeitos de monstros True King. Outra carta dessa coleção será Dragonic Diagram, que permite destruir uma carta da sua mão ou campo para adicionar uma carta True King ou True Draco, incluindo o próprio Lythosagym, tornando a jogada anterior ainda mais consistente e a Archer mais poderosa.

– Versatilidade dentro de um macarrão instantâneo: Instant Fusion

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      Não é segredo para ninguém quão poderosa é a Instant Fusion, e obviamente neste deck não seria diferente. Tanto Sea Monster of Theseus e Elder Entity Norden são ótimas cartas que tornam as jogadas de praticamente todos os decks do formato ainda mais explosivas; algumas interações do Theseus foram cobertas em meu artigo anterior, enquanto que Norden segue como um forte candidato a banlist, tornando desnecessárias nos aprofundarmos nesses dois monstros. Entretanto a coleção Fusion Enforcers nos apresentará diversos monstros de fusão, sendo um deles o Invoked Raidjin, um monstro fusão nível 5 que pode ser trazido pelo efeito da Instant Fusion.

InvokedRaidjin-SPFE-JP-SR      E por que Raidjin é tão importante para os Subterrors? Simplesmente pelo seu efeito, que consiste de virar um monstro para baixo durante o turno de qualquer jogador, e ao dar alvo no próprio Raidjin, virando-o para baixo, te permite ativar o efeito de invocação de um Subterror Behemoth de sua mão. Além disso, pelas mecânicas de jogo, um monstro virado para baixo não é afetado por qualquer efeito lingering que estivesse sendo aplicado nele, o que significa que Raidjin não será mais destruído pelo efeito da Instant Fusion no final do turno, te dando a possibilidade de te-lo a sua disposição em seu próximo turno. Além disso, o Subterror Nemesis Warrior não exige que o outro monstro tributado por seu efeito esteja virado para cima, permitindo que você tribute ele e Raidjin para trazer qualquer Subterror de nível 9 ou menor do seu deck, e como já vimos antes, jogadas com monstros de nível 9 prometem ser grandes para o deck.

– Eu também quero ser meta!

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      O lançamento do deck de Zoodiac em Raging Tempest fez com que muitas outras cartas da coleção fossem ofuscadas, e com razão. A engine básica do deck permite com que o jogador tire muita vantagem com o investimento de poucas cartas, permitindo que ela seja incluída em praticamente qualquer estratégia. No Subterror não seria diferente, mas existem dois pontos de diferença entre o que a engine completa formada pelo trio de Speedroid Terrortop, um Speedroid Taketomborg, trio de Zoodiac Ratpier e trio de Zoodiac Barrage pode fazer aqui em relação aos demais decks.

SubterrorNemesisDefender-RATE-EN-R-1E      Primeiro é a usabilidade do TerrortopPor conta da engine de Zoodiac ocupar muito espaço no Extra Deck, é muito difícil encontrar espaço para outro xyz de rank 3 além do M-X-Saber Invoker. Além disso, decks que não sejam o Zoodiac puro dificilmente terão outro alvo para o efeito do Invoker além do Ratpier, fazendo com que o Terrortop se torne uma carta morta após o uso dos Zoodiacs. Entretanto esses dois problemas não existem no Subterror: o Extra Deck do Subterror não costuma ser tão apertado quanto dos outros decks, muitas vezes permitindo a inclusão de outros rank 3 como The Phantom Knights of Break Sword ou Totem Bird; e o Invoker não conta somente com um alvo válido no deck, já que seu efeito permite trazer também o Subterror Nemesis Warrior do deck, permitindo o desenvolvimento de outras jogadas com a mesma carta.

      A segunda diferença são os beast-warriors utilizados no deck. A maioria dos decks não conta com um monstro beast-warrior nativo da própria estratégia, o que faz com que o jogador utilize algum monstro com menos sinergia com restante do deck simplesmente pelo +1 do Zoodiac Broadbull, sendo na maioria das vezes a Zoodiac Whiptail. Apesar da Whiptail não ser uma opção ruim, o deck já conta com um beast-warrior dentro de seu archetype, o Subterror Nemesis Defender, que oferece proteção aos seus Subterrors virados para baixo, afetando menos na sinergia do deck como um todo.

– Luz no fim do túnel

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     Na minha opinião, depois da engine dos Zoodiacs, a engine de Brilliant Fusion é a mais fácil de ser encaixada em algum deck e gerar uma grande vantagem. Ironicamente o deck menos comum que usa a Brilliant Fusion é justamente o Gem-Knight, passando por estratégias populares como Lightsworn e ABC. E aqui não seria diferente: a invocação normal extra da Gem-Knight Seraphinite pode ajudar a destravar as mãos com vários Behemoths na mão, enquanto que o nível 5 dela permite com que o Nemesis Warrior traga qualquer Subterror de nível 9 ou menor do deck.

      Alguns dos monstros Luz que podem ser usados com a estratégia já foram citados nesse artigo, que são as Prediction Princess e os Hieratics, mas não se restringem exclusivamente a eles. Performage Trick Clown é uma das opções mais populares com a Brilliant, além de facilitar o acesso a xyzs rank 4 no deck; Ghost Ogre & Snow Rabbit é outra opção muito boa para o próximo formato já que ela pode ser usada para impedir jogadas do deck de Zoodiac; até mesmo o Cyber Dragon pode ser uma opção, já que tanto com a Brilliant quanto com a Instant Fusion ele permite acessar boas opções de Extra Deck.

– Resumo da ópera

     Os suportes para os Subterrors em Raging Tempest ficaram bem abaixo do que era esperado, sendo inclusive mais fracos do que os suportes para os Spyrals no geral, o que me fez ter uma primeira impressão muito ruim para o deck no próximo formato, mas uma segunda análise me fez enxergar que o Subterror ainda tem potencial, já que as diversas engines que interagem com o deck faz com que a criatividade seja um ponto forte para os jogadores de Subterror. Eu ainda espero que na próxima coleção nós tenhamos o sonhado Subterror Nemesis que se vire para baixo ou então um Subterror Behemoth que seja fácil de ser invocado, além de uma carta mágica ou armadilha que permita que eu vire meus Subterror Behemoths para cima durante o turno do oponente como eu quiser, parecida com a Ghostrick Scare, tornando o deck menos dependente das outras engines do deck. A última coisa que desejo que aconteça com os Subterrors é o que eu chamo de Síndrome do Noble Knight, que apresentaram algumas cartas muito boas no começo de sua concepção, mas no final nunca conseguiu se firmar como um forte candidato ao Metagame.

      Além disso, tomem nota de duas coisas em relação as engines citadas nesse artigo: primeiro é o fato de que muitas dessas engines interagem muito bem entre si, então não se acanhe em misturar duas ou até mesmo três dessas estratégias em um único deck de Subterror; e segundo é que essas não são as únicas estratégias possíveis de se usar juntamente com o deck, por exemplo tanto os Metalfoes quanto a Sky Iris junto com Odd-Eyes Fusion também foram estratégias viáveis no passado junto com os Subterrors, e talvez voltem a ser no futuro.

      Com isso me despeço de todos, pois a minha vigília contra os terrores do subterrâneo ainda não chegou ao fim!

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feito por F E R A